O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), aprovou nesta quinta-feira, 10, a realização de consulta pública sobre os requisitos técnicos para o Wi-Fi 6. A proposta, que receberá contribuições por 45 dias, trata do uso da faixa de 5.925 MHz a 7.125 MHz por equipamentos de radiocomunicações de radiação restrita. Após a consulta pública, a área técnica avaliará as contribuições e submeterá a proposta ao Conselho Diretor.
O relator da matéria, conselheiro Emmanoel Campelo, explicou que em 2019 o Wi-Fi estava presente em 80% dos domicílios brasileiros que contavam com banda larga. Segundo o conselheiro, estima-se que o 5G demandará 71% de offload da rede móvel no mundo em 2022. Em sua apresentação, Campelo destacou que em 2023 projeta-se no Brasil 755,1 milhões de dispositivos conectados – quase 50% a mais que em 2018. No mesmo período, o aumento do número de hotspots Wi-Fi deverá ser de aproximadamente 500%.
O conselheiro traçou um panorama mundial da questão. De acordo com ele, diversos países já realizaram estudos de convivência e iniciaram regulamentações para o desenvolvimento do Wi-Fi 6: os Estados Unidos aprovaram as condições em março deste ano, seguido posteriormente pelo Chile; Canadá, México, Costa Rica e Colômbia também já realizaram consultas públicas ou apresentaram versões preliminares, todas apontando para o uso de toda a faixa de 1.200 MHz, diversamente da tendência europeia de uso de 500 MHz. No Brasil, a Anatel publicou neste ano a Resolução nº 726/2020, por meio da qual liberou a faixa de 5.925 MHz a 7.125 MHz para uso por equipamentos de radiação restrita.
Campelo apontou que se percebe um claro direcionamento para o uso não licenciado de toda a faixa, impulsionado também pela possibilidade de uso futuro para o "5G não licenciado". A proposta da área técnica da Anatel, esclareceu, é seguir a tendência dos países americanos. Para ele, "o Wi-Fi 6 e as correspondentes iniciativas regulamentares da Agência constituem um marco para as telecomunicações e para o desenvolvimento da banda larga no Brasil".
O relator reforçou, ainda, a importância do Wi-Fi. "Metade do tráfego é por offload da rede móvel, e o Wi-Fi terá um papel significativo em um futuro breve. O 5G proporcionará 40 vezes maior velocidade, chegando a 600 megabites por segundo, então o 5G intensificará a necessidade de redes locais sem fio", concluiu.
Fonte: TI Inside